Vivendo, Aprendendo e Compartilhando!
Pesquisando o Dicionário Azevedo #11
Wagner Azevedo - Colunista
Dicionarista, pesquisador, professor, escritor, poeta, músico, compositor, diagramador, revisor, palestrante e colunista.
Quero agradecer o convite da professora e pesquisadora Ariele Rodrigues para participar deste site de Pesquisa e Educação com meu quadro escrito e inédito sobre dicionário Pesquisando o Dicionário Azevedo. É uma honra e um prazer em mostrar a todos os verbetes pesquisados por mim. Muitos são inéditos. E por mencionar sobre, digo que todos os meus dicionários publicados (treze até o momento) são inéditos na Língua Portuguesa. Daí a ideia de chamar “Dicionário Azevedo”, ou seja, dicionários inéditos. O título está no singular, mas a semântica é sobre toda a minha obra.
A MIM / ME
a mim / me – Gregório de Matos citou o pleonasmo sintático no soneto “À cidade da Bahia”. Ex.: “A mim foi-me trocando, e tem trocado”; Machado de Assis em Dom Casmurro (XCIII, p. 69). Ex.: “― A mim parece-me um mocinho muito sério, disse minha mãe”; Camilo Castelo Branco n’Os brilhantes do brasileiro (XIX, p. 40). Ex.: “A mim resta-me a independência para chorar; e tu não tens sequer esse desafogo, minha pobre Ângela! Eu sou mais feliz, e não queria sê-lo...”; Miguel Torga em Novos contos da montanha (1952, p. 36). Ex.: “A mim não me enganas tu”; Manuel Lopes n’Os flagelados do vento leste (1979, p. 162). Ex.: “A mim até me pareceu que o sarrão fosse dela”; Vinícius de Moraes em “Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidadão” (In: Antologia Poética, pp. 180-181). Ex.: “A mim me deste”; e Joaquim Cardozo em Signo estrelado (1960, p. 91).
Ex.:
“Luzia, por que a ventura
A mim me queres negar?”
O verbete está no Dicionário de Pleonasmo, publicado pela Editora Moan em agosto de 2022. É o Volume II da Coleção Figuras de Linguagem.